sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

2 anos de governação Nuno Moita - 24-02-2016




“Depois de mim virá, quem bom de mim fará”

Nuno Moita da Costa tem tido o trabalho manifestamente facilitado. O anterior executivo, encabeçado por Jorge Bento, deixou a autarquia com uma situação financeira estável (no ranking das menos endividadas a nível nacional) sem prejuízo da concretização de vastos investimentos públicos. Tal facto permitiu a libertação de verbas orçamentais para o reforço efetivo de áreas como a ação social, educação, cultura e desporto, as quais deviam ser aplicadas no âmbito de um plano de desenvolvimento estratégico, inserido numa lógica de coesão territorial concelhia.

Mas, não foi esse o caminho! Como diz o poema Cântico Negro de José Régio “Não sei por onde vou, não sei para onde vou – sei que não vou por aí”, o atual executivo, de uma forma um pouco atabalhoada (nas palavras do presidente ler-se-á “governação criativa”) tem manifestado preferência pela apresentação de um conjunto de medidas avulsas com resultados questionáveis. Duas escalas de análise:

  •   Pontos positivos - as áreas do desporto (a justificar o acréscimo de despesa decorrente da criação de mais um lugar de vereação e o aumento de dotação orçamental nas grandes opções do plano) e cultura.
  • Pontos negativos - áreas da dinamização do comércio local, apoio às empresas e atração de investimento. Também no Turismo, reconhecendo a boa vontade e o espírito de iniciativa do atual Presidente, falham as questões mais elementares sendo a orientação estratégica pouco clara, causando-nos preocupação. Não queremos nenhum elefante branco no concelho de Condeixa pelo que estamos atentos aos destinos do museu Poros. Não podemos cair na lógica do experimentalismo que sairá caro, no futuro, a todos os condeixenses!

Em matéria de ação social e educação, pese embora os sinais positivos dados por algumas políticas, as medidas ficam muito aquém do expectável em termos de importância comparativa. Relembramos que a diminuição de verbas em outras atividades lúdicas permitiria uma maior abrangência das medidas de cariz social e o lançamento de medidas adicionais como, por exemplo, a diminuição das tarifas da água, devolução de parte do IRS, maior redução de IMI, com tradução direta no aumento do rendimento das famílias. 

Temos um Presidente voluntarioso e prodigioso nas palavras, que já demonstrou capacidade para a gestão corrente da nossa autarquia mas a quem também atribuímos o demérito da gestão do faz de conta! Faz de conta que estão resolvidos os seguintes problemas: Indoliva, ETARs do Concelho, desigualdade no acesso a bens e equipamentos públicos, desertificação de aldeias, questões que envolvem o IC2, abandono e deterioração do antigo Centro de Saúde, crianças que andam à chuva para almoçar no refeitório da escola…

Enfim, faz de conta que baixamos a divida (em Outubro de 2015 declaramos à imprensa que a dívida municipal baixou 700 mil euro, 4 meses  volvido pedimos autorização para fazer um empréstimo de 800mil euros a longo prazo”), que vivemos num concelho cuja governação é pautada pelos princípios do respeito pela coisa pública, transparência e meritocracia. Faz de conta que está tudo melhor do que realmente está porque mais importante do que fazer é passar a ideia de que se faz.

 “Não amemos de palavras, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1 João 3:18)

Gisela Martins
Membro da coordenadora Concelhia do BE de Condeixa-a- Nova 
Membro da assembleia Municipal de Condeixa-a-Nova

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