sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Balanço 1 ano de trabalho autárquico do BE_ Jornal de Condeixa





Um ano a acrescentar democracia…

O Núcleo do BE Condeixa junta pessoas e forças variadas em torno de um programa que visa a construção de uma democracia efetiva, o reforço da cidadania e o primado do bem comum. Este projeto, audaz e ambicioso, resultou de um encontro de vontades e partilha de um sentimento transversal: a necessidade de mudar o paradigma da governação a nível local e central

Cedo dissemos ao que vínhamos: lutar afincadamente por um Concelho mais social e mais humano, mais inovador e mais livre. Reclamamos uma autarquia que se destaque, perante a política austeritária que tem sido levada a cabo pela Troika interna e externa, por ser um importante esteio de resistência à política de desmantelamento do Estado Social e do ser­viço público

Esta tem sido a bitola para desenvolvermos o nosso trabalho no terreno, quer na Assembleia Municipal, quer enquanto cidadãos e cidadãs de pleno direito, atentos e preocupados com o que se passa no nosso concelho.
Honramos o compromisso da defesa de uma política de proximidade assente no combate à burocracia e na informação sistemática e aberta sobre todos os assuntos da Câmara, tendo proposto as seguintes medidas (chumbadas pela maioria PS):
a) a criação de um web site da AM  - um espaço dedicado a divulgar e gerir as várias iniciativas da AM, organizar debates temáticos e gerir de todo o processo desde a recolha sugestões de temas até à tomada de posição ou comentários.
b) Recomendação garantia de pluralidade - apelámos ao respeito pelo princípio da pluralidade existente nos órgãos autárquicos consubstanciada na criação de espaços editorais dedicados à intervenção dessas mesmas forças.
Cumprimos com a missão de dar voz e integrar as soluções defendidas pelos munícipes, combater o pântano da opacidade, lutar por um Concelho que promove a verdadeira liberdade e os princípios da igualdade e fraternidade. Para este efeito, apresentámos em sede de assembleia municipal:
a) Pedido de esclarecimento adicional sobre os objetivos e as linhas de orientação estratégica, e o plano de atividades a seguir no âmbito da execução do compromisso eleitoral do PS. Reiterámos que era nossa convicção que os valores traduziam um desinvestimento em áreas consideradas prioritárias em contrapartida da canalização de verbas para ações de impacto discutível (foco na questão da educação e no reforço dos apoios sociais e questionamento do despesismo com festas).
b) Propostas concretas de redução da receita de participação de IRS e a redução de taxas, nomeadamente, nos resíduos sólidos urbanos.
c) Repetidas intervenções em matéria de segurança rodoviária e acessibilidades, questionando a existência de hipotéticas soluções para problemas tão diversos como: deficiente cobertura da rede de transportes públicos, má localização de passadeiras, insuficiência de iluminação pública e pavimentos degradados (principalmente nos pontos mais críticos de atravessamento do IC2).
d) Questionámos a existência de um dossier Conímbriga e solicitámos a sua divulgação, alertámos para a necessidade de desenvolver um plano estratégico para o turismo e apresentámos um conjunto de propostas de ação.
e) Solicitámos ao Sr. Presidente um ponto de ordem sobre a questão da Indoliva (tendo em conta a proximidade do novo período de campanha) e por diversas vezes levantámos a questão da Etar de Bruscos. Em matéria ambiental e de saúde pública, a cobertura da rede de saneamento básico e o correto funcionamento da existente sempre nos mereceu a maior das atenções.
f) Proposta de votação intitulada Saudação aos Direitos das Mulheres e Direitos Humanos. Porque assistimos a um retrocesso civilizacional galopante (que relega as mulheres para o seu papel tradicional), propusemos deliberar no sentido de “saudar a luta por uma sociedade mais justa e igualitária, por um mundo onde a igualdade de género seja uma realidade”. 

Paralelamente, o núcleo do BE em Condeixa foi acompanhando as reuniões ordinárias da câmara municipal e tomando posicionamento sobre as questões aí debatidas. Manifestámos a nossa crítica relativamente a diversos concursos públicos e adjudicações diretas, à forma como foi conduzido todo processo projeto CLDS+ incluindo as nomeações para a sua coordenação e questionámos a ausência e/ou apresentação tardia de informação institucional sobre decisões tomadas (questão do empréstimo). Por diversas vezes alertámos para a impreparação com que os assuntos são tratados e para a falta de uma visão estratégica de desenvolvimento para o Concelho.

Concomitantemente, demonstrámos total solidariedade na luta contra a privatização da EGF (uma chamada de atenção somente para a necessidade de concertar posições com as outras autarquias) e congratulámos a abertura da rúbrica de cidadania nas GOP e a defesa da política de proximidade (não esquecendo que foi esta a principal justificação para colocar mais um vereador a tempo inteiro). 

Em suma, O BE Condeixa norteia-se por uma lógica propositiva e mantem uma postura vigilante e proactiva manifesta no seu trabalho no terreno (visitas periódicas aos locais e contactos com a população), na prestação de contas sobre o seu desempenho na assembleia municipal (apresentação de propostas e posicionamentos) mas também no seu envolvimento nas lutas de âmbito nacional que se traduzem em consequências gravosas no curto e médio prazo. Enquadramo-nos na política partilhando o sentimento de Thomas Jefferson: "Quando um homem assume uma função pública, deve considerar-se propriedade do público”. 

Estamos ativos, vigiando o presente mas com olhos postos no futuro e apelando ao contributo de todos os munícipes.

Em nome da Coordenadora Concelhia do BE,
Gisela Martins

domingo, 12 de outubro de 2014

Assembleia Municipal de Condeixa (III) - Derrama e IRS e Festas 29-9-2014






Os eleitos pelo BE, José Ventura e Gisela Martins, na última sessão ordinária da Assembleia Municipal apoiaram a proposta de não lançamento de Derrama e votaram contra a proposta de manutenção da taxa máxima de IRS, declarando:  


1. Lançamento de Derrama 




Conhecendo o tecido empresarial do Concelho, sendo sensível às dificuldades por que passam a maioria das empresas e acompanhando as preocupações do Executivo, nomeadamente, a criação de emprego e atração de novos investidores para o Concelho, o BE vota favoravelmente à proposta de não aplicação de derrama (imposto municipal que incide sobre o lucro tributável das pessoas coletivas e cuja taxa é fixada anualmente pelos diferentes municípios) no concelho de Condeixa. Apesar disso, gostaríamos de evidenciar os seguintes aspectos:
a) Consideramos que esta deve ser uma medida transitória e compensatória da brutal austeridade a que todos têm sido sujeitos. Como é do conhecimento geral, o BE partilha da opinião que os lucros das empresas devem ser objeto de taxação (no caso pode ascender a 1.5%) devendo coexistir uma taxa reduzida de derrama para as empresas cujo volume de negócios seja inferior a 150.000 €.

b) A atração de novos investidores para o concelho tem que fazer parte de uma estratégia global que passa não somente pela isenção deste imposto mas também pela criação de infraestruturas e serviços capazes de dar resposta às suas necessidades mais básicas (acessibilidade e requalificação da Zona Industrial), competitividade de preços dos terrenos, entre outros.


2. Participação variável do IRS

Considerando que a política de austeridade deste Governo, a par da diminuição de prestações sociais, salários, reformas e aumento de taxas, tarifas e impostos sobre o rendimento e sobre o consumo, tem conduzido a uma deterioração do poder de compra da população em geral, mantemo-nos fieis ao que defendemos na campanha eleitoral autárquica e, posteriormente, na reunião da assembleia municipal datada de 23-12-2014:

1. A tónica da governação deve ser no sentido de aliviar as famílias, aumentando o seu orçamento disponível, libertando liquidez e, consequentemente, servindo de estímulo ao consumo. 
2. A redução de impostos (no caso, a redução da receita corrente de IRS que reverte a favor do município e que pode ir até 5%)  funcionaria como estímulo à coesão social e à economia local. 


Em face do exposto, consideramos que a Câmara poderia prescindir de parte da receita de IRS (de 5 para 3%), em favor dos Condeixenses. Sendo sensível aos argumentos apresentados pelo Executivo, que remete para a sustentabilidade financeira da autarquia, consideramos que esta é passível de ser alcançada por outros meios, nomeadamente, moderando as despesas com as festas. 



Nota: O BE Condeixa nunca defendeu a extinção das Festas do Concelho mas tão-somente a moderação nos gastos.